domingo, 4 de março de 2007

Construindo a imagem que os outros têm do mundo

Agora que estou na secretária de uma redacção de jornal, e sem nada para fazer, ponho-me a filosofar sobre o que me trouxe até aqui. E a primeira conclusão a que chego é que a maneira como olho para esta profissão se alterou por completo ao longo dos últimos quatro anos. Eu sempre quis ser jornalista porque ter o "poder" de intervir na sociedade era algo que acreditava ser uma espécie de dádiva: mostrar e denunciar o que de mal vai nesta sociedade, a todos os níveis e a todas as escalas.
Agora, enquanto estagiária, o que encontro? Os guardiões da verdade sentados à secretária a ler emails e a atender o telefone. Não há movimento, não há procura, não há paixão. Jornalismo, mas o que é o jornalismo afinal? É isso que eu espero descobrir nos próximos três meses...
O que vejo eu e tu quando folheamos um jornal? Não há espaço, tempo ou dinheiro para investigar. Tudo é imediato e superficial. Tudo sabe a pouco. Neste momento o futuro sabe a pouco.

6 comentários:

Patrícia Posse disse...

Uma imagem não muito animadora :/ mas sabes k e prefiro sair, ir procurar a informação sem esperar que ela venha ter à secretária, pk a mnh noção de jornalista (talvez ainda um pco romântica lol) é a de ir para a rua, descobrir as coisas por nós, procurar a verdade...
Nós, cara amiga, seremos as jornalistas do futuro (esperemos!) portt, esperemos k um dia ningém nos faça a crítica do sedentarismo nas redacções ;)
***

.mademoiselle dani disse...

lol
vejo que descobriste este projecto de blog que só hoje ficou pronto...até pk teve uma alteração no nome.
Assim, sim. Volta mais vezes :p

Ricardo M Santos disse...

As novas tecnologias potenciam o chamado "jornalismo de secretária". Que é também uma parte importante do trabalho jornalístico. Hoje, chega-nos informação por todos os lados, jornais, rádios, tv's, computadores, telemóveis...

Mas nem sempre o jornalismo consiste em mostrar o que está mal, embora eu tenho percebido a ideia - acho.

É um facto que a paixão do jornalismo foi desaparecendo, mas há honrosas excepções, e a vontade de mudar e de fazer é, sem dúvida, um ponto a teu favor.

É um facto que a paixão do jornalismo foi desaparecendo, porque deixou de ser uma vocação e passou a ser uma forma de desenrasca, porque as médias até nem são muito altas...

É um facto que a paixão do jornalismo foi desaparecendo, porque há um forte complexo de classe de um grande número de jornalistas - principalmente nos chamados generalistas -, em que, por força, precisamente, da importância da Comunicação Social, há notícias que caem nas redacções, pelas fontes, normalmente oficiais, e que vão enchendo as páginas dos jornais.

Depois há o erro crasso em que os jornalistas passam a ser a notícia.

Depois há os assessores, principalmente dos políticos, que são quase todos ex-jornalistas, que foram sendo pescados por aqueles a quem serviram.

E depois, há a malta nova, como nós, disposta a mudar alguma coisa...

A luta continua :)

.mademoiselle dani disse...

Vejo que percebeste muito bem a ideia. mas quem és tu jovem atento/a?

lol

Ricardo M Santos disse...

sou como o romeiro... ninguém lol :oP

Ricardo M Santos disse...

mas sou um jovem atento, podes retirar o /a...