Vale-me agora outra visão, que não diminuindo o meu amor à camisola, me coloca outras questões, e também, outras inquietações. Seja como for, hoje é o dia do adeus à redacção do DN-Porto. E custa. Por muitas secas e frustações que tenha sentido nestes últimos três meses, custa. Nada como um poema para ilustar o dia de hoje.
Hora
Sinto que hoje novamente embarco
Para as grandes aventuras,
Passam no ar palavras obscuras
E o meu desejo canta - por isso marco
Nos meus sentidos a imagem desta hora.
Sonoro e profundo
Aquele mundo
Que eu sonhara e perdera
Espera
O peso dos meus gestos.
E dormem mil gestos nos meus dedos.
Desligadas dos círculos funestos
Das mentiras alheias,
Finalmente solitárias,
As minhas mãos estão cheias
De expectativa e de segredos
Como os negros arvoredos
Que baloiçam na noite murmurando.
Ao longe por mim oiço chamando
A voz das coisas que eu sei amar.
E de novo caminho para o mar.
Para as grandes aventuras,
Passam no ar palavras obscuras
E o meu desejo canta - por isso marco
Nos meus sentidos a imagem desta hora.
Sonoro e profundo
Aquele mundo
Que eu sonhara e perdera
Espera
O peso dos meus gestos.
E dormem mil gestos nos meus dedos.
Desligadas dos círculos funestos
Das mentiras alheias,
Finalmente solitárias,
As minhas mãos estão cheias
De expectativa e de segredos
Como os negros arvoredos
Que baloiçam na noite murmurando.
Ao longe por mim oiço chamando
A voz das coisas que eu sei amar.
E de novo caminho para o mar.
Sophia de Mello Breyner Andresen
2 comentários:
Termina um ciclo académico, de certeza que se iniciará um grande ciclo profissional.
Espero daqui a uns meses continuar a falar contigo, por messenger ou através de outra tecnologia, de preferência numa troca de informações. É sinal que estou a trabalhar como assessora e que te encontro numa qualquer redação de jornal *****
lol
esperemos que sim!
**
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