domingo, 13 de maio de 2007

reli-natur

Querer um criador. Procurar algo que transcenda um corpo, uma luz que transcenda a razão. Religião - hoje é o dia mais religioso de Portugal e Fátima, a minha vizinha de sempre, é mais uma vez invadida por pernas e pés cansados. Bolhas e sangue.
No altar, as figuras dos três pastorinhos - pureza da criança imaculada que tem o dom de ver para além da fé. Aparição - o momento que todos esperam um dia partilhar, para ver e para crer, ainda mais.
Eu não creio. Esta fé com quilómetros não me preenche. Não acredito na aparição, nem no mito. Acredito no que me rodeia, no que vejo e não compreendo. Visível e invisivel, a terra é um mistério que não precisa de uma mão. Acredito na evolução. Acredito na força, no espírito que somos. Esse é eterno enquanto respirarmos. Tudo o resto é pó, e mesmo nós, quando deixamos de respirar. Creio nas pessoas, nas árvores, nas pedras. Não creio em Deus.

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